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Posted By: APT

Posted On: Feb 6, 2007
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Sim à DESPENALIZAÇÃO

"Voto não porque não considero que a melhor forma de resolver os problemas seja legalizá-los, e está provado que nos países onde assim foi feito, o aborto apenas aumentou." --- Aumentou?? Cm poderá ter essa certeza? Se o aborto clandestino não tem, nem nunca poderá ter números oficiais. Explique-me por favor em que bases utulizam este argumento. É que até hoje ainda não consegui entender...
É claro que a partir do momento em que é despenalizado, estes dados passam a ser transparentes, mas daí poder concluir que aumentam é simplesmente IMPOSSIVEL!

Hipocrisia! Mera hipocrisia! Recorrem a todos os argumentos e mais alguns para influenciar o cidadão, abusam desesperadamente do sentido democrático deste referendo.

Quer dizer, sempre defenderam a vida, o valor da vida, e o que está em causa é a defesa da vida e agora propoem a não punição das mulheres? Um pouco incoerente não?

O que está em causa neste referendo é a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.

Se abdicam da punição da mulher, então porque votam Nao? É que é exactamente essa a questão que irá ser alvo de referendo!








Posted By: ES

Posted On: Feb 5, 2007
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Uma nova geração para mudar as mentalidadesl

Portugal, em 2007, ainda está irremediavelmente preso ao passado, às suas tradições, à sua religiosidade, aos seus dogmas e verdades absolutas, demasiado entranhadas no subconsciente colectivo, por isso, é tão difícil ao tipo de mentalidade instituída optar por uma alternativa mais racional, por um caminho para o desenvolvimento. Muitos portugueses ainda receiam o progresso, como algo que lhes irá roubar os seus valores «civilizacionais».
É neste contexto sócio-cultural que o NÃO ganha adeptos e consegue impor mais uma década de estagnação....até que uma nova geração grite: BASTA!
Basta de sofrimento e morte, basta de acusações, basta de exigências morais, eu, agora, quero dar um pouco de amor e compreensão ao meu próximo, à minha mãe, à minha esposa, à minha filha, à minha irmã. Não aceito que continuem a sofrer e a morrer por uma moral muito questionável!

PS- As ideias de Galileu demoraram décadas para serem reconhecidas como válidas, até lá, foram consideradas crime para a mentalidade da época. Teremos de ter paciência!

ES ( Lisboa)


Posted By: HR

Posted On: Feb 5, 2007
Views: 918
NÃO

Voto NÃO porque não quero pagar com os meus impostos as clínicas de aborto, sem que antes esse dinheiro seja gasto a criar condições de maternidade às "verdadeiras mães" (aquelas que nem sequer põem a hipótese de discutir se crianças com 10 semanas são vida ou não).


Posted By: hsp

Posted On: Feb 5, 2007
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NAO

Voto não porque a vida humana começa na concepção e não quando o bebé começa a sentir.

Voto não porque ninguém tem a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros, e neste caso, ao abortar, a mulher está a por em causa a liberdade de um outro ser, o seu direito à vida.

Voto não porque não considero que a melhor forma de resolver os problemas seja legalizá-los, e está provado que nos países onde assim foi feito, o aborto apenas aumentou.

Voto não porque defendo e vida e penso que quem a põe em causa sem qualquer razão de real relevância, como as da lei actual, deve ser punida por tal.

Voto não porque a justiça não pode dar ao agressor uma garantia de que a sua vítima não será protegida, despenalizando ou legalizando o aborto.


Posted By: AP

Posted On: Feb 5, 2007
Views: 921
SIM

Primeiro ao Sr. "an" que escreveu o seguinte comentario: "alguém, devias era tar presa neste momento, assassina." Você deveria ter vergonha em ter a necessidade de tentar humilhar e denegrir alguém que teve a coragem de vir aqui expor a sua vida. Alguém que possivelmente passou por algo que para você será inimaginável, alguém que jamais deverá esquecer aquele triste momento em que confrontada com a sociedade, seguiu o rumo da cladestinidade pela mão do marido que hipocritamente grita Nao, como muitos vocês.



Posted By: Ana Matos

Posted On: Feb 4, 2007
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Votar SIM é votar na Vida






Quando passo na rua e observo os cartazes da campanha do NÃO, com o argumento de ir salvar vidas, faz-me perguntar:
- Quantas vidas julgam que irão salvar? ( se é que acreditam, de facto, que irão salvar alguma vida!)
- a única consequência vital do voto NÃO é a morte, a morte das mulheres e crianças vítimas de abortos realizados em condições desumanas.
- Pois com incriminação ou sem ela, as mulheres que, por alguma razão, estão determinadas a interromper a gravidez, irão fazê-lo de qualquer forma, mesmo que arrisquem ser presas, mesmo que arrisquem a vida.
- Se o NÃO ganhar, a única consequência prática é o conforto psicológico de alguns, por continuarmos a viver num país com «moralidade» acima da média europeia, onde mulheres vão a tribunal por terem interrompido voluntariamente a sua gravidez, mas também, num país onde mulheres jovens ficam inférteis ou morrem, devido ao aborto clandestino (tal como nos países subdesenvolvidos).
- Com o NÃO continuaremos no eterno ciclo vicioso: Más condições de vida/ falta de informação = aborto clandestino e suas consequências/ mulheres de parteira em parteira, de aborto em aborto, sem qualquer esclarecimento = custos hospitalares das consequências do aborto clandestino, morbilidade, infertilidade, mortalidade/ crianças abandonadas e maltratadas, por vezes, mortas = aumento da delinquência e da criminalidade / más condições de vida / falta de informação / mau desenvolvimento sócio-económico = aumento do aborto clandestino/ diminuição da taxa de natalidade, etc, etc, etc....

Pelo contrário, se o SIM ganhar, ganha a Vida, não falo, apenas, da vida das mulheres e adolescentes que recorram à IVG (interrupção voluntária da gravidez ou, aborto na linguagem do povo), mas também, pelas IVG / abortos que se podem evitar.
Vejamos o exemplo prático da Alemanha e de outros países desenvolvidos, onde a taxa de abortos tem vindo a descer:
- A mulher ou adolescente que pretende fazer a IVG é avaliada, previamente, em consulta com médico e psicólogo, onde são avaliadas as causas daquela gravidez indesejada e as razões de querer interrompê-la, e onde, também, são dadas alternativas e outras resoluções práticas para o problema em causa. A mulher, o casal ou a família, têm 3 dias para ponderar a sua decisão. Nalguns casos, são aceites as alternativas e desistem da IVG. Nos casos em que a decisão de realizar a IVG é irredutível, esta acontecerá em condições de segurança, com técnicos especializados, por vezes, com um medicamento, dispensando qualquer intervenção invasiva. Em ambas as situações, estas mulheres ou estes casais são, automaticamente, encaminhados para consultas de planeamento familiar, onde cada caso é estudado e tratado, de forma a evitar futuros abortos ou gravidezes indesejadas.
Exemplos:
- Um casal que tem vários filhos e não pretende ou não tem meios de aceitar mais um elemento na família, mas a mulher não pode usar a pílula ou alguns dos métodos mais seguros, devido a ter hipertensão arterial ou outros problemas de saúde, é proposta a laqueação de trompas ou a vasectomia (marido).
- Uma adolescente que iniciou prematuramente, a sua vida sexual, mas não está preparada para ser mãe, é-lhe receitada a pílula contraceptiva e é devidamente informada acerca do seu uso e a forma de evitar as suas falhas.
- A mulher que deseja ter filhos mas não tem condições sócio-económicas para tal, é encaminhada para uma assistente social de forma a encontrar-se alternativas viáveis para os seus problemas e poder, assim, realizar-se como mãe, sem ter de abandonar ou dar os seus filhos.
É por terem optado por uma estratégia inteligente e racional em relação à IVG, que estes países estão a diminuir, progressivamente, a sua taxa de aborto e até, ultimamente, a aumentar a sua taxa de natalidade, pois conseguiram sair do mórbido ciclo vicioso do aborto clandestino e iniciar os passos fundamentais para um melhor desenvolvimento sócio-económico, em que há mais gravidezes planeadas, menos crianças abandonadas, melhor qualidade de vida.
Resta perguntar aos portugueses se preferem continuar «orgulhosamente sós» com a sua vergonhosa taxa de aborto clandestino e mulheres mortas na sequência deste, ou apanhar «o comboio do desenvolvimento», unindo-se aqueles que estão melhores que nós, para acompanharmos a sua evolução?!
Queremos continuar reféns de doutrinas religiosas, dogmas éticos e falsos moralismos, mantendo a aparência de sermos superiores aos outros, mas, na realidade, só ganharmos os primeiros lugares nos maus tractos infantis, na mortalidade materna e infantil, e na prisão de mulheres?!
Pensemos no país que vamos deixar aos nossos filhos. Votemos, convictamente, SIM, pela vida, pela saúde, pela evolução, pelo amor ao próximo!

Nota esclarecedora, em relação a alguns argumentos pouco racionais, mas capazes de iludir os mais incautos: Só pode agradecer por ter nascido quem, efectivamente, nasceu (e que não foi mal tratado pela vida). Aqueles que não nasceram porque foram abortados pela mãe ou pela natureza, não podem ter pena de não ter nascido ou qualquer outro sentimento, pelo simples facto de não terem nascido. Infelizmente, também é necessário elucidar as pessoas que um feto de 10 semanas não sofre, nem elabora qualquer tipo de pergunta ou pensamento, pela simples razão de, nesta fase do desenvolvimento embrionário, não existirem as funções neurológicas que permitam tal
facto.

Ana F. Matos
Médica Cardiologista

*Mãe de duas muito amadas filhas e com a dramática experiência de ver chegar aos hospitais, mulheres e adolescentes aterrorizadas, com receio de serem denunciadas por aqueles que as deveriam tratar e salvar sua humana vida. Por vezes, chegam tarde demais!



Posted By: Marta Monteiro

Posted On: Feb 4, 2007
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Aborto o porquê do sim

Depois de ler inúmeros artigos e ver alguns debates sobre o assunto, parece-me que as pessoas que fazem campanha a favor do não teimam em fazer-se desentendidos sobre o que realmente se passa no nosso país, ou simplesmente por saberem que “infelizmente” a maioria da população portuguesa não tem conhecimentos e vão assim apelando á “ignorância” da população, fazendo de todos aquelas que valorizam as condições socio-económicas, defendem que uma mulher deve ser dona do seu corpo e principalmente que luta para que haja realmente um sistema de saúde digno no nosso país, a quem possamos recorrer pedir auxilio sem que nos olhem nos olhos como estivéssemos a cometer um crime, sejam vistos como “assassinos”.
Sou mulher e mãe, conheço casos de mulheres que tiveram que recorrer ao aborto clandestino, correram perigos, ficaram psicologicamente afectadas. Nenhuma mulher toma a decisão de fazer um aborto de ânimo leve, sofre e tenho a certeza que jamais esquece o momento. E se num aborto uma mulher sofre porque está até a contrariar o próprio instinto animal, imaginem qual seria o sofrimento de gerar uma vida dentro de nós durante 9 meses, vê-lo nascer e de seguida ser-lhe tirado dos “braços” para que alguém o adoptasse. E neste país que existem dezenas, ou talvez centenas de instituições que albergam crianças que os pais abandonaram á sua sorte, e não têm verbas para sobreviverem condignamente, e se por um acaso eu quiser partilhar o pouco que tenho com alguma dessas crianças, são me postos inúmeros entraves, e nunca conseguirei fazê-lo.
O movimento á despenalização do aborto quer que haja uma profunda alteração á lei actual que eu própria como mulher acho altamente incoerente e bastante penalizadora, e quando se quer alterações seja a que nível for tem que se percorrer um caminho, o referendo é só o primeiro km, e espero que este km seja para a frente e não para trás. É necessário também rever as leis relativas á adopção, pois enquanto os “supostos” pais podem escolher se querem menina ou menino, com pouco tempo de vida, de preferência de cor branca, sem doenças, com passado genético aceitável, se tiver mais que 3 anos já ninguém se interessa, e os excluídos, que é infelizmente a grande maioria vai ficando á espera e a sofrer porque ninguém os quer, pensando que poderiam ter melhor “destino”. E eu mulher não posso escolher sequer. Este é o rumo que muitas pessoas querem seguir, não é o que eu quero seguir, acho que já chega de hipocrisia, dia 11 de Fevereiro é com certeza SIM. Este será o primeiro passo de muitos outros passos.


Posted By: an

Posted On: Feb 4, 2007
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hjuiho

alguém, devias era tar presa neste momento, assassina.


Posted By: Alguém

Posted On: Feb 3, 2007
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O NÃO que é só para os outros

Quando há cerca de 13 anos, estive grávida,o meu marido achou conveniente que eu abortasse, e eu abortei, pois, debatia-me com uma grave depressão.
No entanto, actualmente, o meu marido defende o NÃO, por princípios éticos e morais! Ou seja, o meu marido não permite que os outros façam o que ele fez. Chama criminosos aos que cometem o mesmo «crime» que ele cometeu.
Estes são os principios éticos e morais de muitos defensores do NÃO.
Esta é a sociedade podre que temos. Não importa que elas morram, sejam presas, fiquem com infertilidade, o que importa é manter a aparência de que somos um dos países de mais elevada moral da Europa.


Posted By: AM

Posted On: Feb 3, 2007
Views: 923
É prioritário salvar vidas humanas

É absolutamente desnecessário afirmar que quer se vote SIM ou NÃO, não há, virtualmente, quem seja a favor do aborto. Contudo, o que se procura, na prática, é a lei mais apropriada e eficaz a reduzir, de facto, o seu número, o flagelo nacional do aborto clandestino e suas graves consequências: morbilidade, infertilidade, e morte. A lei em vigor já demonstrou ser totalmente ineficaz a combater o aborto ou a salvar alguma vida, quer se trate de vida fetal ou de vida humana.
O NÃO apoia-se em princípios morais, religiosos, dogmáticos, demagógicos ou outros, que não sendo universais, variam de pessoa para pessoa, de médico para médico, de cientista para cientista e de político para político, mas têm como finalidade comum, o conforto psicológico derivado da ilusão de estar a defender a vida. Contudo, questiono-me, que vida pretendem salvar ou defender, e se acreditam, que deste modo, a defendem, de facto?
Na realidade, apenas pretendem defender a vida de fetos de 10 semanas, que a própria Mãe Natureza aborta em 20 a 30% dos casos, sem pedir autorização. Vidas fetais que, apesar do seu real valor, ainda precisam de muitas semanas para se tornarem verdadeiras vidas humanas. Para tal, preferem condenar a vida humana de mulheres e crianças ( de 13 e 14 anos), mães e esposas de alguém, filhas e netas de alguém, que ao longo destes anos têm ceifado a sua vida nas malhas do aborto clandestino, a verdadeira e única grande consequência da actual lei. Que raio de humanidade é esta, que tanto valoriza a vida fetal e tanto despreza a vida humana?!
Até quando, vamos permitir que morram mulheres e adolescentes, vítimas da nossa intolerância, egoísmo e demagogia?!
Ana M


Posted By: someone

Posted On: Feb 3, 2007
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não ao aborto

O ABORTO É CONTRA A VIDA

A Declaração Universal dos Direitos do Homem afirma que “todo o indivíduo tem direito à vida” (artigo 3.º). Também a Constituição da República Portuguesa declara que “a vida humana é inviolável” (artigo 24.º).
De acordo com a ciência, a vida humana tem início com a fecundação, resultante da união de um espermatozóide masculino com um óvulo feminino. Cada uma das células sexuais transporta metade da informação genética do progenitor, de modo que a célula resultante da fertilização, denominada ovo ou zigoto, recebe toda a informação genética necessária para orientar o desenvolvimento do novo ser humano.
O aborto provocado, independentemente do momento em que é realizado, acarreta sempre a destruição de uma vida humana, a quem é negada a continuação do seu desenvolvimento, impedindo-se o seu nascimento e a expressão do seu potencial como criança e adulto.
Assim, qualquer referendo ou decreto-lei que legitime a morte de um ser humano indefeso, designadamente a despenalização do aborto, sem qualquer indicação médica que o justifique, é um atentado claro contra a vida humana, e viola a própria constituição portuguesa e os direitos fundamentais do ser humano, expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O ABORTO É CONTRA A MULHER

Sejam quais forem os motivos que a originam, alguns permitidos por lei, qualquer interrupção da gravidez é uma agressão para a saúde física, mental e emocional da mulher. Sabe-se actualmente que qualquer mulher que aborta voluntariamente, mesmo nas melhores condições de assistência médica, tem um risco acrescido de lesões do aparelho genital, infertilidade, abortamentos espontâneos posteriores, prematuridade em gravidezes ulteriores, entre outros. Mais difíceis de quantificar, mas não menos importantes, são as consequências ao nível da saúde mental, nomeadamente depressão, sentimentos de culpa, sentimentos de perda, abuso de substâncias tóxicas e mesmo suicídio. O Colégio da Especialidade de Psiquiatria do Reino Unido (Royal College of Psychiatrists) chamou a atenção, já em 1992, para uma das consequências da liberalização do aborto nesse país: “Ainda que a maioria dos abortos seja realizada com base no risco para a saúde mental da mulher, não há justificação de natureza psiquiátrica para o aborto. [Pelo contrário], coloca as mulheres em risco de sofrerem perturbações psiquiátricas, sem resolver qualquer problema dessa natureza já existente”.
Por outro lado, a despenalização total do aborto, ainda que nas dez primeiras semanas de gravidez, em vez de valorizar a vontade da mãe da criança pode expô-la a pressões por parte de familiares, do pai da criança, da entidade patronal ou mesmo de profissionais de saúde (p.e. por um alegado risco de malformações no feto, que muitas vezes não se verifica), no sentido de interromper a gravidez, mesmo contra a sua vontade. Quanto mais permissiva for a lei, maior é a probabilidade destas situações ocorrerem.

O ABORTO É CONTRA O HOMEM

O aborto não pode reduzir-se a um acto que apenas envolve a mulher que o pratica. Há pelo menos mais dois elementos fundamentais em todo o processo: o pai da criança e obviamente o nascituro.
Ao valorizar-se a vontade da mulher de prosseguir ou não com a gravidez, remete-se para segundo plano ou ignora-se por completo a vontade do homem, co-responsável pela concepção e paternidade. Desse modo, desvaloriza-se a sua participação no processo procriativo. Ainda que muitas vezes o elemento masculino do casal não assuma a sua responsabilidade na família, através da despenalização e promoção do aborto livre, descartam-se completamente os deveres do pai da criança.
Sabe-se também, actualmente, que os homens podem sofrer de depressão pós-aborto, especialmente quando tal acto é realizado sem o seu conhecimento e autorização.

O ABORTO É CONTRA A CRIANÇA

Já no célebre Juramento Hipocrático (IV a. C.), ao qual os médicos têm procurado obedecer ao longo dos séculos, é expressamente referido: “não fornecerei às mulheres meios de impedir a concepção ou o desenvolvimento da criança”. Condenamos assim, veementemente, a tese de que “as mulheres têm direito ao seu corpo”, na medida em que esse suposto direito colide com princípios que consideramos absolutos, como o direito à vida do nascituro, que apresenta identidade genética própria, distinta dos progenitores.
Nos países que despenalizaram o aborto, os seres humanos correm maior risco de terem uma morte violenta nos primeiros nove meses da sua existência do que em qualquer outro período da sua vida. O útero materno, que deveria ser o lugar supremo de protecção da vida humana tornou-se assim tragicamente, nas últimas décadas, num dos locais mais perigosos. Além disso, sabe-se que muitas crianças, quando descobrem que a sua mãe fez um aborto, numa outra gravidez, desenvolvem perturbações mentais que podem requerer apoio psicológico ou psiquiátrico.

O ABORTO É CONTRA A FAMÍLIA

Os filhos são uma parte integrante e significativa de cada família, considerada um dos pilares fundamentais das sociedades civilizadas. A ênfase dada à autonomia da mulher sobre a sua gravidez prejudica o relacionamento conjugal e familiar. Aliás, sabe-se que mais de 80% dos abortos provocados resultam de relações sexuais extra-conjugais.
Sabe-se também que uma percentagem significativa de gravidezes não planeadas e mesmo não desejadas, se não forem interrompidas, levam invariavelmente ao nascimento de crianças que acabam por ser extremamente apreciadas e amadas pelos seus pais.
Por outro lado, ao impedir-se o nascimento de crianças através do aborto está-se a contribuir para o grave problema demográfico resultante da diminuição acentuada da taxa de natalidade, em muitos países ocidentais. O mesmo se verifica actualmente em Portugal, o que acarretará consequências nefastas a nível económico e social.

O ABORTO É CONTRA A CONSCIÊNCIA

É um facto incontestável que ao longo da história da humanidade, por influência do cristianismo, o aborto era considerado um crime, passível de punição. Contudo, nas últimas décadas, tem-se assistido a uma tendência no sentido da desvalorização da vida humana.
A nível individual, é indiscutível a sensação de culpa que a realização de um aborto acarreta, tanto à mulher que a ele recorre como à pessoa que o pratica. Tal facto deve-se à consciência que cada ser humano possui, e que o ajuda na tomada de decisões morais. Como afirma um provérbio francês, “não há travesseiro mais macio do que uma consciência limpa”.

O ABORTO É CONTRA A DIGNIDADE HUMANA

A tradição moral judaico-cristã sempre se preocupou com a defesa dos mais fracos e vulneráveis, como é o caso das crianças, dos órfãos, dos idosos e das viúvas. O aborto nunca é uma solução dignificante, nem para quem o pratica, nem para a mulher que a ele se submete, e muito menos para a criança inocente.
Concordamos com o relatório-parecer sobre a experimentação no embrião, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (1996) que afirma que “a vida humana merece respeito, qualquer que seja o seu estádio ou fase, devido à sua dignidade essencial”.
É também um facto indiscutível que o número de abortos aumentou, por vezes exponencialmente, em todos os países que despenalizaram a sua prática.

O ABORTO É CONTRA O DIREITO À DIFERENÇA

Em muitos países ocidentais, a liberalização do abortamento provocado tem impedido o nascimento de crianças com anomalias cromossómicas, das quais a trissomia 21 (síndrome de Down) é a mais frequente, bem como com malformações congénitas perfeitamente compatíveis com a vida, e muitas delas com correcção cirúrgica pós-natal, como é o caso do lábio leporino ou do pé boto. Situações mais graves e complexas, como certas malformações cardíacas, podem também ser tratadas cirurgicamente, por vezes mesmo antes do nascimento.
O abortamento destas crianças contribui para uma desvalorização e discriminação de pessoas com deficiências sensorias, motoras e/ou cognitivas, que vivem vidas adaptadas e felizes, apesar das limitações.

O ABORTO É CONTRA A ÉTICA

O aborto, o infanticídio, o suicídio e mesmo a eutanásia eram relativamente comuns e socialmente aceites no mundo antigo greco-romano. O abortamento provocado ocasionava, geralmente, a morte da mãe. No século IV a.C. Hipócrates de Cós, com o seu Juramento, impõe uma ruptura com a cultura da morte que prevalecia nessa época. Mais tarde, após a humanização do Direito, por influência do Cristianismo, o aborto passou a ser considerado um crime no mundo ocidental. Deste modo, a norma ética, ao longo dos séculos, tem sido a defesa da vida humana desde a concepção. O aborto induzido é, assim, contra a ética, pois colide com o princípio fundamental da inviolabilidade da vida humana.
Nos raríssimos casos-limite em que a continuação da gravidez põe em risco a vida da mãe, o aborto poderá ser a única forma de salvar a sua vida, o que a actual lei já prevê.


Posted By: Marta Trindade

Posted On: Feb 2, 2007
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SIM!

santa hipocrisia... que diz a igreja sobre contracepção?
quem se opôs fervosamente à educação sexual nas escolas (argumentando que era uma questão do foro familiar)? quem garantiu que o 5ª mês de licença de parto não é remunerado?

apoiar a vida para lá do bla bla bla e da demagogia é mais complicado, não é?

VOTO SIM.


Posted By: APT

Posted On: Feb 2, 2007
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"Às dez semanas não bate um coração"

E ainda falam da igreja... Deviam era ter verginha das atitudes da mesma.

No dia 17 de Janeiro, o cónego de Castelo de Vide, Portalegre, citou o Código Canónico para afirmar que os cristãos que votem 'sim' no referendo de 11 de Fevereiro serão alvo de «excomunhão automática». RIDICULO!!!!!
Para que saibam a ameaça de excomunhão lançada por padres corresponde a um crime de coação punível com dois anos de prisão.

Segundo o director de Serviço do Laboratório de Biologia Celular do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto, afirma que "Às dez semanas, não bate um coração", como apregoam alguns cartazes. "Não é um órgão, é um CONJUNTO DE CÉLULAS". Reportando-se ao estudo feito em autópsias, o especialista na área da Reprodução Medicamente Assistida salientou que, às dez semanas, "há esboços de todos os órgãos" e que estes "só estão bem funcionais a partir dos seis meses". A imagem do embrião que chucha no dedo também não pode ser interpretada como intencional - "só há movimentos conscientes aos SEIS MESES".

O que está em causa neste referendo é se as mulheres que interromperam uma gravidez devem ser julgadas e presas ou se devem ser protegidas.


Posted By: Ana M

Posted On: Feb 1, 2007
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Conversa de feto

Quando comentava com a minha mãe uma notícia do jornal, que mencionava o facto do Centro Paroquial de Nossa Senhora da Anunciação ter colocado nas mochilas das crianças que frequentavam dois infantários de Setúbal, uma carta com um pretenso feto confrontando a mãe com a sua própria morte: «Mãe, como foste capaz de me matar?», a minha filha, de 6 anos, que se aproximara naquele momento a tempo de ouvir a frase, intrometeu-se, dizendo:« Mas, isso é impossível! Como pode fazer perguntas à mãe, se já está morto?» Realmente, até uma criança se apercebe da falta de lógica de certos argumentos! Claro que eu tive o cuidado de lhe explicar que aquilo era uma história inventada por pessoas com muita falta de imaginação e de bom senso, e... acabou aí, pois ainda é muito pequena para conhecer do que é capaz toda a perversidade humana. Por isso, também, ficou sem saber que a suposta criança não era uma criança, mas sim, um feto e que, o mais ridículo da questão, é que se tratava de um feto com 10 semanas, e portanto, nem estando vivo, poderia formular qualquer pergunta, pois no seu embrionário cérebro e no seu, ainda, muito imaturo sistema nervoso, não existem as sinapses neurológicas ou conexões nervosas para elaborar qualquer tipo de pensamento.
Contudo, fiquei com uma preocupação que não imaginara vir a ter numa sociedade ocidental, minimamente «civilizada», pois pensava que «lavagem cerebral» em troca de apoio e «pão», era coisa de países pobres, onde reina a ignorância e o fundamentalismo de qualquer religião. Porém, aqui perto e em pleno centro urbano, estas instituições particulares de «solidariedade» social fazem, exactamente, o mesmo às crianças e famílias carenciadas que estão à sua mercê. Que Deus nos livre de tais «demónios»!
Ana M


Posted By: APT

Posted On: Feb 1, 2007
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Pelo sim

Segundo dados do Gabinete de Política Legislativa e Planeamento do Ministério da Justiça, uma em cada duas pessoas levadas a tribunal pelo crime de aborto acaba por ser condenada pelos tribunais de 1.ª instância.

Entre 1995 e 2005 foram condenadas 35 pessoas dos 72 arguidos acusados do crime contra a vida intra-uterina, dos quais 23 (65,7%) eram mulheres. Em 28 casos, a pena foi substituída por multa ou foi suspensa, mas sete pessoas acabaram na prisão. As mulheres constituem a maioria dos arguidos que respondem em tribunal.


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